29
Set 08

 

"Tatuei teu nome no meu pensamento, depois o transformei em canção e as batidas do meu coração deram-lhe o ritmo perfeito" Deise Domingues Giannini
 
Adoro as tardes, principalmente as de outono! A expressão que eu usaria para descrever esses momentos seria "equilíbrio".
Resido em São Vicente, uma linda cidade praiana do litoral de São Paulo. Vim morar aqui justamente porque detesto regiões frias, neblina, geada, excesso de roupas , ficar muitos dias dentro de casa, temperatura abaixo de zero e etc.
Moro a uma quadra da praia do Gonzaguinha e, observar o entardecer na baia de São Vicente, é um espetáculo deslumbrante! Nesses momentos a natureza dá um show de cores e luzes!
E quando a lua cheia nasce do outro lado da baia, nua, esfuziante, dourada! Parece uma deusa saindo do fundo do mar!
A noite vai chegando, e as pessoas parecem não se dar de que o dia já acabou. O futebol continua efervescente na areia e os quiosques lotados. Não há pressa para ir embora, ainda tem muita cerveja para bebericar, porções para degustar e a conversa, não tem hora para terminar. Alguns quiosques têm até televisão para que seus fregueses possam assistir às novelas.
Para quem quiser, caminhar até a Praça da Biquinha e fartar-se até não poder mais com os doces caseiros ou, fazer compras na feira de artesanato, é uma opção atraente. E nos finais de semana, as apresentações musicais são variadas e interessantes. Além disso, diz-se por aqui, que quem toma água na Fonte da Biquinha, sempre volta à cidade. Isso eu já não sei, mas que será sempre um passeio inesquecível, com certeza será.
À esquerda da praça, a maravilhosa Plataforma de Pesca, toda em madeira, que vai até a Ponte Pencil. É o meu local preferido para dar uma caminhada ou mesmo, pensar um pouco na vida, já que ela não anda nada fácil. Há tanta beleza naquele lugar, a tranqüilidade do mar, as luzes do calçadão, a temperatura amena, tudo isso me dá uma sensação de paz , de estar bem comigo mesma: o dia já passou, cumpri minha missão, agora é só relaxar e usufruir essa visão deslumbrante da natureza.
Nesses momentos, penso que Deus caprichou na nossa "gaiola" e, que deveríamos procurar mantê-la sempre assim, intacta!
À direita da Praça da Biquinha, a Praça Hipupiara ou Praça 22 de Janeiro, aniversário da cidade. Lá tem o Museu da Imagem e do Som, uma sala para filmes, uma biblioteca fantástica, doada pela família de um morador, já falecido.
Com atividades constantes, ela é ponto de encontro de cultura e lazer para moradores e turistas. E foi em uma tarde de outono, com a segunda feira quase batendo à porta, que estive nesta praça para encontrar-me com um grupo de poetas.
Um varal de poesias contornava o Museu da Imagem e do Som. À esquerda, a exposição de artes plásticas coloria mais ainda a cena. Na escadaria, microfones, som e uma dupla de cantores apresentando MPB da melhor qualidade. Sempre intercalada com leitura de poesia.
Chego lá comendo um enorme pedaço de bolo de nozes comprado na Praça da Biquinha. Compartilho um banco com mais duas pessoas e, fico lá.
Olho à minha volta e sinto que há tanta beleza naquele lugar. Atrás do museu, uma pequena lanchonete, um casal lanchando, crianças brincando no parquinho. Em frente, um mini zôo, completa a platéia que ouve as apresentações de "Poesia na Praça".
Gosto muito de tudo aquilo, mas, não estou em meus melhores dias, poderia participar, mas prefiro só assistir.
De repente, uma poetisa, começa a distribuir fitinhas poéticas. Ganho duas, a primeira dizia: "Tatuei teu nome no meu pensamento, depois o transformei em canção e as batidas do meu coração deram-lhe o ritmo perfeito”; a segunda: "Por meio da poesia tocamos estrelas, ouvimos canções, encontramos anjos e desvendamos mistérios. Por isso amamos mais".
Acho-as lindas! Pergunto à poetisa se as fitinhas são poemas ou apenas frases poéticas, e ela responde "Tanto faz".
Volto para casa pensando na "tatuagem", que trago em meu coração! E só muito tempo depois é que percebo a incoerência da minha pergunta à poetisa, afinal, poesia é poesia! Isso basta!
Foi uma linda tarde de outono, em São Vicente!
 
publicado por encontromarcado às 12:53

20
Set 08

 

Sou professora de Filosofia, aposentada e... desempregada.Coisas de vida, meu amigos, pois no ano em que eu completaria 40 anos de trabalho, não consegui aula.Tudo isso graças a uma manobra política do atual governador de São Paulo que tirou aulas de Filosofia de várias séries da rede pública, quando a matéria é obrigatória em nível nacional. E, minha maior tristeza foi a retirada da Filosofia da grade curricular do EJA (Educação de Jovens e Adultos). É maravilhoso fazer um trabalho com os adultos que se afastaram da escola por vários motivos e, retornam para recuperar o tempo perdido. Mas, tenho esperança de que no ano que vem as coisas melhorem, pois além da Filosofia, a Sociologia é matéria obrigatória, agora no Brasil todo.Matérias importantes, necessárias, que sempre incomodam aqueles que não se preocupam de verdade com a educação da população. Com certeza estarei dando aula em 2009 , se não for em São Paulo, irei para qualquer outro Estado, pois vai faltar professor.
Nunca me arrependi de cursar Filosofia, embora o campo de trabalho seja bem restrito. Aliás, viver de Filosofia no Brasil é uma façanha.
Agora estou terminando Pedagogia, financiado por minha mãe, pois ficar sem aula este  ano deixou  minha vida financeira  bem complicada. Tive que cortar despesas e até cancelar meu plano saúde, o que na minha idade é uma temeridade. Mas, como tudo na vida serve de lição e aprendizado, passados os primeiros meses de grande estresse onde eu só reclamava e cansei meus amigos com tantas lamúrias, passei a viver de forma mais espartana e, a curtir o ócio de maneira bem produtiva.
Lição aprendida com tudo o que me aconteceu este ano? Aprender a lidar com as perdas e me desapegar das coisas materiais.
É isso.
publicado por encontromarcado às 15:18

19
Set 08

 

Navego por esse mundo virtual há 14 anos.E sempre gostei de grupos.Na verdade, a maioria

dos meus amigos do MSN, Yahoo e Skipe são de grupos.
Por ser temático, um grupo agrega pessoas com interesses comuns, diferente de uma sala de

bate-papo, onde a motivação é bem variável.
Quando comprei meu primeiro pc e adquiri minha primeira conexão com a rede, eu olhava

para o "Aristóteles" e me perguntava o que fazer com ele. Nas semanas iniciais lia algum

jornal, jogava um baralhinho. Aos poucos fui lendo mais uma coisa aqui outra ali, mas aí

descobri os grupos do Yahoo.Então, uma janela para o mundo se abriu para mim.Fiz parte de

muitos grupos, entrei e saí de vários. Em muitos estou há anos. Faço parte de um grupo

onde as pessoas se reunem para viajar e, fica até como sugestão para um futuro,  desde

nosso grupo que acaba de nascer.
Tenho que confessar que não vivo sem meu pc, quando ele pifa, eu piro. Mas o aproveito da

maneira mais útil possível. Esta semana matriculei-me em um curso de inglês. Estou

fazendo, a duras penas, um curso de informática pela Microsoft. O curso está um pouco

difícil para mim. Ano que vem termino minha segunda faculdade e já escolhi um curso de

pós gradução no Senac.Tudo pela internet.
Sou viciada em blogs, tenho uns dez, mas foi assim que tomei gosto por escrever.

Honestamente acho que o que escrevo literariamente falando não vale nada.Mas me fez

arrumar alguns amigos interessantes e até alguns admiradores. Bom, me sinto feliz com

isso. Foi assim que eu arrumei um amigo , por exemplo,na Polônia, um professor

universitário. Ou uma adolescente no Rio de Janeiro que aprecia minhas reflexões.
De vez em quando ganhos uns presentinhos de "grego", um virus aqui, um spam ali...mas, a

gente aprende a conviver com isso também.
Atualmente meu pc chama-se Pitágoras, e começamos o dia juntos. Enquanto faço meu café,

ouço as notícias do dia pela CBN ou BandNews.Como não tenho aparelho de som, ouço meus

CDs aqui também. E claro, muitas rádios como a Scala FM, a Santa Cecília FM, a Antena 1

FM, A Litoral FM, etc.
Se no início da minha incursão virtual eu tinha maiores dificuldades, hoje é procurando

meus amigos dos grupos que esclareço muitas dúvidas,ocupo uma parte do meu tempo ocioso

e, de certa forma viajo pelo mundo.
 

publicado por encontromarcado às 16:23

11
Set 08

 

 
Todas as vezes que me pergunto se estou no lugar certo, recebo do Cósmico algum sinal. Tentarei esclarecer.Como professora, nem sempre me sinto feliz em sala de aula, pois   não está fácil aturar alunos indisciplinados e desrespeitosos. Mesmo amando o que faço, acabo, no entanto, me questionando se deveria continuar a ser educadora. Foi assim com este estado de espírito, que saí de casa em uma segunda-feira, chuvosa e fria, às 6h da manhã.Tomei um ônibus, mesmo assim cheguei encharcada na escola, para começar um período de seis aulas, com alunos do ensino médio, que não costumam comparecer em massa no primeiro dia da semana, pois passam o domingo na 'balada'.E digo isso com certeza absoluta, não é delírio meu e nem inveja porque eles ficaram em casa naquela manhã chuvosa e eu não. Certo dia perguntei a uma aluna porque faltava tanto nas minhas aulas. Ela respondeu com a maior naturalidade "é que eu passo a noite na 'balada' professora e, não agüento vir à escola na segunda". Perguntei a ela quantos anos tinha: "quinze", respondeu. Perguntei de novo "sua mãe sabe disso?" Levantando os ombros com indiferença respondeu "sabe." Se a mãe sabe o que eu poderia fazer a respeito?
Portanto lá vou eu, para as primeiras aulas de uma segunda-feira cinzenta. Subo as escadas, cadernetas, bolsa, garrafa de água, giz antialérgico - está escrito na embalagem - e, depois da terceira aula, desço para um cafezinho com aquele eterno sabor de coisa requentada.
Ainda questionando meus neurônios se estava no lugar certo, fui dar uma volta no pátio (nunca vou entender porque professor fuma em locais públicos já que tal ato é proibido por lei federal, estadual e municipal). Uma aluninha que era de "outra" escola e foi transferida para esta, veio me beijar e conversamos um pouco. Na "outra" escola ela era minha aluna, nesta, tem aula com uma nova professora.Durante nossa conversa ela diz "sinto tanta saudade das suas aulas e de papo inteligente que a senhora tinha com a gente".Agradeci e voltei feliz da vida , para ministrar as três últimas aulas.
 
publicado por encontromarcado às 22:19

 

 
Nunca tive máquina fotográfica, se bati alguma foto, foi utilizando o equipamento de alguém e, a pedido. Mas gosto de observar a expressão dos rostos retratados, pois são momentos únicos!
- Ah! - mas todos os momentos são assim, singulares. A diferença é que na vida real eles passam e, nas fotos, ficam registrados para sempre: o nascimento do bebê, o batizado, a primeira comunhão, a festa de 15 anos, a formatura, as férias na praia, o lual, a balada, o passeio com o namorado, o casamento, as bodas de ouro, etc.
Há tanta magia em uma fotografia! As imagens verbalizam com muita eloqüência momentos inesquecíveis!
E quem disse que a felicidade não sai em fotografia? Sai sim!
Ela está lá, estampada nos rostos, nas fisionomias eternas, pois nelas a felicidade é perene.
Há dias, conversando com um amigo, pela internet, notei que a foto no canto direito do messenger estava diferente. Era atual, mas muito distinta das outras que eu já tinha visto. Havia em seu semblante um brilho, uma luz que não a solar, contudo bem mais luminosa, intensa. A luz vinha da alma!
Perguntei o que estava acontecendo. Ele respondeu que estava amando como nunca havia amado em toda a sua vida. Disse-lhe que este amor estava resplandecendo em seu rosto e que ficava muito feliz por ele.
Cinqüentão, charmoso, profissional ético, ser humano fantástico, um amigo de muitos anos, foi agradável observar que uma mudança tão intensa em sua vida estava se refletindo em uma fotografia. Emocionei-me mesmo e vibrei com sua felicidade! Senti-me respingada por essa energia tão boa.
Você já olhou com atenção aquele álbum de família que a vovó guarda com tanto carinho? As fotos em branco e preto? Observe- as, decifre todos os sinais que estão registrados nelas! Decodifique as expressões, os sorrisos, os olhares! Faça isso e depois me conte o que encontrou! Ou não me conte! Mas descubra você mesmo quantas coisas uma fotografia pode nos contar!
 
 
 
publicado por encontromarcado às 22:18

 

 
Quem nunca disse algo que magoou ou ofendeu alguém? Fez um elogio ou agradeceu por um momento de atenção? Convenceu alguém a fazer o que era mais sensato? Declarou o seu amor a alguém?
Criticou!Aconselhou! Dissuadiu! Insistiu! Brigou! Xingou!
Constantemente vivenciamos momentos em que as palavras são fundamentais, necessárias, decisivas ou essenciais, para se resolver situações, buscar soluções, encontrar caminhos, esclarecer, perdoar. Até em um momento íntimo, na hora do prazer, saber se expressar faz grande diferença!
Mesmo assim, o seu interlocutor, as profere sem a devida preocupação com os efeitos colaterais que elas podem provocar sem uma responsabilidade mínima necessária às suas conseqüências. O orador leviano, não mede os resultados do seu discurso, não percebe que até mesmo quem o pronuncia, corre o risco de se enredar nele.
Escrita ou falada, a palavra, tal como um 'pharmakon'- droga, em grego - tem efeito dúbio, caso não seja devidamente usada, pode causar um efeito contrário ao esperado.
Gosto de escrever e cultivo este hábito de várias maneiras, uma delas é através de meus blogs. Faço de meu diário virtual uma ferramenta bastante útil para compartilhar emoções e idéias. Porém, sinto cada vez mais o peso da responsabilidade, ao publicar uma mensagem. E depois, ao ler os comentários deixados pelas pessoas este sentimento se multiplica, pois os recadinhos deixados lá são alegres, carinhosos e estimulantes. Um deles me emocionou particularmente, dizia assim: "Através de pessoas como você é que busco um mundo melhor".
Considero-me uma pessoa privilegiada, pois no meio em que trabalho é bastante respeitada a minha postura ética. Valorizo muito tal sentimento e sei que a maneira como as pessoas me vêem tem muito a ver com o que falo, o modo como me expresso.Pois as palavras exprimem o que temos dentro do coração, o que sentimos, os valores que carregamos.
Por isso, deve-se sempre avaliar em quais situações é melhor falar ou calar, para que não haja arrependimentos futuros. Como diz aquele provérbio chinês: "Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida". É isso!
 
publicado por encontromarcado às 22:16

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